sábado, 13 de abril de 2013

Em 24 horas, Santa Casa de Santa Isabel tem três mortes suspeitas. Familiares acusam hospital de negligência

Menina de oito anos tem diagnóstico de apendicite e morre de pneumonia. Familiares acusam Santa casa de não ter médicos, inclusive médico obstetra

Na semana passada em um período de 24 horas, a Santa Casa de Santa Isabel teve três casos de mortes onde teria ocorrido negligência hospitalar. Quem denuncia são os familiares das vítimas, que acusam a Santa Casa de não ter médicos para atender a população, inclusive médico obstetra. Foram dois casos de natimorto (feto que morreu dentro do útero das gestantes) e um caso de uma menina de oito anos que faleceu depois de ficar internada na referida unidade hospitalar. 
          Depois de várias reclamações de dores na região do abdômen, Rosilene Gonçalves da Silva Dias, 36 anos, moradora do bairro da Torre, levou sua filha de oito anos, Renata Gonçalves à Santa Casa de Santa Isabel. “Depois de exames preliminares, o médico da Santa Casa, disse que estava desconfiado de que se tratava de apendicite; durante quatro dias minha filha ficou internada tomando soro sem se alimentar e bebendo pouca água, se preparando para a cirurgia de apendicite”, disse a mãe no velório da filha.
          Interrompendo o relato da mãe, Camila Gonçalves da Silva, 18 anos, com os olhos vermelhos de tanto chorar, relatou que depois de quatro dias internada aguardando a operação de apendicite, os médicos mudaram o diagnóstico da minha irmã e disseram que se tratava de pneumonia. Segundo a Camila, a pneumonia foi diagnosticada depois que foi realizado uma radiografia do tórax da menina, onde foi acusado “uma mancha e uma bola que seria de pus no pulmão dela”.
          “No quinto dia”, prosseguiu a Camila, “o médico (Ricardo Bastos, Pediatra e Neonatologia) deu alta (hospitalar) para minha irmã”.  De acordo com a jovem, sua irmã deveria fazer o tratamento em casa e segundo consta na receita foi prescrito para a criança os medicamentos Salbutamol, Dipirona e Amoxilina. 
          A família informou que os médicos chegaram a falar também da possibilidade de a criança estar com infecção urinária. A mãe Rosilene, disse que a criança, apesar de estar tomando a medicação, estava pior de saúde. “Minha filha emagreceu, estava pálida e com muita dor, ela andava curvada e não conseguia mais tirar a roupa para tomar banho, ela estava com muita falta de ar e tosse”.
          Na segunda-feira (dia oito de abril), segundo relato da família, a menina foi levada de novo para a Santa Casa, onde ficou internada mais uma vez. “Os médicos garantiram que não fariam drenagem do pulmão dela, mas acabaram colocando um dreno na minha irmã sem conhecimento da família”, disse Camila.
          “Minha irmã estava muito debilitada, pois ela ficou internada os quatro primeiros dias sem tratamento e sem alimentação, o sistema imunológico dela devia estar baixo”.  Ainda de acordo com a família, o médico de nome Ênio, disse que a menina não poderia ter recebido alta na primeira internação.
          Renata Gonçalves foi internada na segunda-feira e morreu nas primeiras horas da terça, dia oito de abril. O atestado de óbito consta como causa da morte: Empiema Pulmonar Direito, Choque Séptico, Pneumonia Bacteriana Bilateral. A criança não foi encaminhada para o IML. O enterro aconteceu no cemitério municipal do bairro Brotas às 17 horas do oito de abril. A família disse que vai entrar em contato com o Conselho Tutelar e registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia.


Parturiente passa do horário do parto e bebê morre no útero da mãe
          Fernanda Pereira de Araújo, 27 anos, moradora da Vila Osires, chegou acompanhada do marido à Santa Casa de Santa Isabel por volta das 14h00 do dia 10 de abril. Ela estava no nono mês de gravidez e o bebê estava prestes a nascer. Segundo relato do marido Alonso Ribeiro de Souza, 29 anos, a enfermeira Sheila foi logo avisando que não tinha nenhum médico para atender, muito menos médico obstetra.
          “Uma enfermeira de nome Rosa, foi designada pela Sheila (enfermeira chefe) para fazer o exame de rotina na parturiente”, disse Alonso. “Depois disso, houve troca de turnos dos funcionários do hospital e minha esposa praticamente ficou abandonada sem assistência e sem médico”.
          Alonso, disse que por volta das 17h40 sua mulher começou a sentir contrações e muita dor. “Por volta das 18h30, Sheila avisou que minha esposa estava entrando em trabalho de parto, fez o exame de toque e disse que tinha começado a dilatação. “Porém”, falou Alonso, “vi a preocupação da enfermeira Sheila quando ela disse que não estava escutando o coração do bebê”.
          O marido falou que a enfermeira correu e ligou para um médico de nome Vicente. “Em cinco minutos, o Drº Vicente chegou e depois de fazer um exame no coração do bebê, constatou a morte do feto, por ter passado a hora de a criança nascer”. O marido falou que a criança defecou no útero e que o bebê morreu asfixiado pelas fezes. Alonso, disse que sua esposa foi então encaminhada ao centro cirúrgico para retirar o feto morto. Por solicitação da família, o bebê foi então encaminhado para fazer IML no município de Guarulhos sem atestado de óbito, tendo em vista que a parturiente não foi atendida por nenhum médico, e o médico Vicente, por questões óbvias não quis assinar o óbito.
          Segundo a declaração preliminar do atestado de óbito do IML de Guarulhos (o laudo definitivo só sai a partir de 30 dias) o bebê morreu em virtude de Anóxia Intra Uterina. A mãe da criança também iria passar por exame de corpo de delito. Foi registrado Boletim de Ocorrência na delegacia de Santa Isabel. A família estuda a possibilidade de ingressar na justiça contra a Santa Casa, pois eles entendem que houve negligência médica.


Gestante fica internada cinco dias na Santa Casa e bebê morre no Hospital hospital  Santa Marcelina
          A família da jovem Aline de Araújo Lima, 19 anos, acusa a Santa Casa de Santa Isabel de negligência. A jovem parturiente de 19 anos, moradora da Vila Guilherme, conversou com a reportagem no velório do seu bebê. Ela disse que estava no sexto mês de gravidez e devido um sangramento vaginal, foi levada pelo seu marido Ronaldo Feitosa Gonçalves, 21 anos, até a Santa Casa.
          Ela disse que ficou internada na Santa Casa desde sexta-feira (dia cinco de abril) até terça (dia nove de abril). Durante esse período de internação, Aline declarou que ficou sem medicamento e sem atendimento médico (não havia médico para atender). Segundo Aline, o único atendimento que ela teve (e assim mesmo precário) foi por parte da enfermeira Sheila.
          Ela disse que estava aguardando transferência para outro hospital, não sabia de qual cidade. Terça à tarde, a parturiente relatou que a bolsa estourou então ela foi transferida às pressas para o Hospital Santa Marcelina em Itaquaquecetuba. “Logo de cara os médicos do Santa Marcelina falaram que o bebê não sobreviveria, pois não havia mais líquido na bolsa” . Aline disse que logo depois foi constatada a morte do feto. 
          Aline contou que (a direção) do Santa Marcelinha registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia de Itaquaquecetuba, por o Hospital não ter sido comunicado da transferência da parturiente.  

O que diz a Santa Casa
          Alexandre Ribeiro, diretor administrativo da Santa Casa de Santa Isabel, disse que não é verdade que a Santa Casa não tenha médicos. “Nós temos médicos na Santa Casa 24 horas”.  Ele disse que na semana passada (quando houve os três casos suspeitos na Santa Casa), os médicos plantonistas trabalharam normalmente. A resposta do diretor da Santa Casa é com relação à afirmação do marido da Fernanda Pereira de Araujo, Alonso Ribeiro, que disse que na noite em que sua mulher perdeu o nenê não havia nenhum médico na Santa Casa e que as enfermeiras comandadas pela enfermeira chefe é que estavam atendendo os pacientes. Alexandre, disse ainda que o procedimento da enfermeira chefe com relação à parturiente, a princípio parece que foram procedimentos normais.
          Com relação à morte da menina de oitos anos (Renata Gonçalves) Alexandre falou que todos os procedimentos com a pequena paciente foram pertinentes. Inclusive, o diretor desmentiu a mãe da criança, quando mostrou uma declaração assinada pela mãe (Rosilene Gonçalves) autorizando os médicos da Santa Casa a fazer um procedimento cirúrgico para a colocação de um dreno na criança que estava com pneumonia.  A mãe da pequena enferma, disse que foi colocado o dreno sem autorização da família.
          No que diz respeito ao diagnóstico inicial de apendicite, o que levou a criança a ficar cerca de quatro dias sem comer (se preparando para fazer a cirurgia) Alexandre disse que os exames nesse sentido também foram normais e que a menina estava recebendo soro, ou seja, alimentação através da veia, mesmo porque, a mãe disse que a filha estava com dores na região do abdômen.       Sobre o terceiro caso, da jovem Aline Araújo que também perdeu o nenê e também acusa a Santa Casa de não ter médico e de negligência, o diretor Alexandre, disse que não tinha conhecimento desse caso e que ia averiguar. Ele afirmou que tudo será devidamente apurado.

Aline de Araújo e seu marido no velório do bebê
A mãe Rosilene Gonçalves no velório de sua filha Renata: família está
inconformada com a morte da menina 


















Envolto em polêmica, vereadores de Santa Isabel aprovam projeto da criação de quatro secretarias para o município


Com votos de 10 vereadores e quatro contrários (presidente não vota), foi aprovada a criação de quatro secretarias. Município passará a ter 14 secretarias

O prefeito Gabriel Bina (PV) está emplacando tudo na Câmara de Santa Isabel. Nesse início de mandato, ele conseguiu aprovação para a aquisição de dois carros zero para o seu gabinete, conseguiu o apoio dos vereadores para usar até 20% do orçamento do município sem dar satisfação ao Legislativo (cerca de 26 milhões de reais) e teve sua maior vitória agora ao obter na sessão da Câmara do dia nove de abril, a aprovação da criação de quatro secretarias para o município (Meio Ambiente, Segurança, Cultura e Turismo).

Somente quatro vereadores (Orlando Paixão-PT, Negavan-PT, Clebão-PR e Jorge Vidal-PSB) votaram contra, o presidente não vota. Por conta das discussões longas e entediantes (as intervenções de alguns vereadores são inócuas, óbvias e previsíveis, pura perda de tempo) sobre a criação das secretárias fez com que a sessão se arrastasse até quase meia noite.

Os vereadores considerados de oposição deixaram claro que não são contra a criação das secretarias, entretanto, entendem que o momento não é propício, o momento não é de se gastar mais dinheiro diante da crise de governabilidade que está instalada em Santa Isabel. O vereador Clebão citou que a criação das quatro pastas vai onerar de forma significativa o orçamento da prefeitura e que ocorrerá um salto de gasto da ordem de quase dois milhões de reais ao ano com a implantação das novas secretárias, enquanto que o prefeito dá um aumento de 0,65% aos servidores alegando que não tem dinheiro em caixa.

Clebão e os demais vereadores que votaram contra, declararam que o momento não é propício para se criar as secretarias, tendo em vista que a cidade está estagnada, que a cidade está suja, cheio de lixo e entulho, que existe o problema gravíssimo da água e de esgoto, que o caos está instalado na área da saúde, que o transporte público vai mal.

Ele citou também os problemas das estradas mal conservadas, a falta de empregos na cidade (os isabelenses são obrigados a trabalhar em outros municípios da região) e que o prefeito até agora não disse a que veio. Clebão falou ainda, que até os vereadores da situação não conseguem elogiar o prefeito Gabriel Bina por falta de ações concretas do Executivo nesses 100 dias de governo.

Ele argumentou que o prefeito poderia fortalecer as 10 secretarias já existentes que até agora não mostraram serviço, e pergunta. Será que as quatro secretarias vão resolver o problema de Segurança Pública, do Meio Ambiente, do Turismo e da Cultura de Santa Isabel? O vereador relatou que enquanto a maiorias dos servidores municipais ganham cerca de um salário mínimo, os secretários das novas pastas ganharão 11 mil reais por mês, além dos diretores que também terão altos salários.

O vereador Jorge Vidal (PSB) que também votou contra a criação das secretarias, disse que o momento não é adequado para a criação das pastas, mas ele até aceita as secretarias do Meio Ambiente, da Cultura e do Turismo, mas é visceralmente contra a criação da pasta de segurança. “Secretaria de segurança pública é obrigação do Estado (policias civil e militar), a secretaria de segurança do município não vai ter poder de polícia, não vai acrescentar nada, teria que se investir na Guarda Municipal em Santa Isabel”. Vidal disse ainda que “isso está cheirando um trem da alegria, mas não é com meu voto que esse trem da alegria vai sair da estação”.  

Orlando Paixão (PT) argumentou que a locomotiva (a prefeitura) está parada, a locomotiva não saiu ainda e querem a criação de quatro secretárias. “isso está mais parecendo um cabidão de empregos”, falou o vereador petista. O vereador Odilon Fernandes (PP) juntamente com o vereador Mauricio Platz (PSDB), argumentou que a criação das secretarias estava no plano de governo da candidata (a prefeita) Fábia Rossetti do PT e também constava no plano de governo do então padre Gabriel Bina do PV, e que a criação das pastas significará desenvolvimento para o município.  

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Mestre Rameda sofre acidente na Rodovia Presidente Dutra em Santa Isabel

Rameda alega que uma peça quebrada no carro fez com que ele perdesse a direção, ocasionando o acidente

Um acidente na Rodovia Presidente Dutra na altura do quilômetro 194 ocorrido no dia quatro de abril, (próximo da entrada do bairro Granja Urupês em Santa Isabel) quase acaba em tragédia. Um veículo gol capotou na Dutra sentido Rio de Janeiro e o veículo focou bastante destruído, principalmente na parte interna onde se localiza o banco do motorista e do passageiro. O trânsito não foi afetado devido ao carro acidentado ter ficado no acostamento da rodovia. Morador de Santa Isabel, o motorista que sofreu o acidente é o professor de artes marciais conhecido por Mestre Rameda. Ele estava só no veículo e saiu ileso, sem nenhum ferimento, apesar de a parte interna da frente do carro ter ficado bastante destruída. Rameda falava ao celular ao lado veículo acidentado, quando chegou o caminhão guincho da CCR NovaDutra e logo após chegou uma viatura da Polícia Rodoviária Federal. Rameda explicou que o carro sofreu perda total e que uma peça quebrada teria causado o acidente. Ele disse que vinha relativamente devagar na pista da direita, quando o carro puxou violentamente para a direita, fazendo que com que perdesse o controle do veículo, ocasionando o acidente. O professor de Taekwondo relatou que tinha ido a Mogi das Cruzes levar sua esposa até uma unidade de saúde, e quando voltava para Santa Isabel ocorreu o acidente. Ele contou que em apenas um mês sofreu três acidentes, mas que graças a Deus, ele esta protegido.  

Motoqueiro é atropelado no acesso da Rodovia Presidente Dutra
Enquanto a reportagem do Agora News conversava com Mestre Rameda, outro acidente aconteceu há poucos metros. Na entrada do bairro Granja Urupês, na saída do viaduto sobre a Dutra sentido Santa Isabel, um veículo não identificado bateu numa moto ferindo o motociclista. O motorista do veículo fugiu. A moto ficou bastante avariada.  Segundo testemunhas, o carro que descia o viaduto em alta velocidade para acessar a Dutra sentido Santa Isabel bateu e arrastou a moto por alguns metros, jogando o condutor no asfalto. A viatura de resgate da CCR NovaDutra logo chegou e removeu o acidentado para um hospital de Guarulhos (Maria Dirce). O motoqueiro reclamava muito de fortes dores na região do ombro direito. Um dia posterior ao acidente que ocorreu no dia quatro de abril, através de contato telefônico, o irmão da vítima de nome Amauri, disse que seu irmão Nadinael (que reside no bairro Cachoeira em Santa Isabel) não sofreu nenhum ferimento grave e que já se encontra em casa se recuperando do acidente.                    

O veículo Gol ficou bastante destruído. Segundo Rameda, provavelmente
carro teve perda total

domingo, 7 de abril de 2013

Mais um prédio abandonado vira moradia de drogados em Santa Isabel

Prédio abandonado fica na Rua dos Andradas. Moradores vivem com medo e pedem providência para polícia e a justiça

Santa Isabel tem vários imóveis abandonados na área central que se tornaram redutos de drogados e desocupados. O jornal Agora News publicou matéria recentemente, relatando que o esqueleto de um prédio abandonado na Rua Monte Serrat tinha virado moradia de drogados. Recentemente, uma casa vazia na Rua José Basílio Alvarenga foi derrubada pelo proprietário. O local, segundo denúncias, também era usado como ponto de consumo de entorpecentes. Na mesma rua, outra casa, onde residiam consumidores de drogas, sofreu há pouco tempo um incêndio, levando à morte um dos moradores. Depois do incêndio, a casa foi desocupada. Outro caso é referente ao prédio que abrigava um clube de futebol amador na Rua Almirante Tamandaré. O prédio, que estaria com a estrutura condenada, segundo os moradores é abrigo de nóias (viciados em drogas). Mas o fato não se restringe a área central da cidade. No mês passado, através de reportagem do jornal Agora News, a população tomou conhecimento de que um prédio escolar da prefeitura de Santa Isabel, localizado no Pouso Alegre na zona rural do município, se encontra semi destruído e vandalizado por viciados em drogas.  Relatos dão conta que outras escolas desativadas se encontram na mesma situação, ou seja, foram invadidas e depredadas por usuários de drogas.

Prédio tem cachorro e bico de luz. Invasores penetram por um buraco na porta da edificação 

Agora, surge mais um caso, denunciado por moradores. Trata-se de um enorme prédio localizado na Rua dos Andradas e que se encontra abandonado. A imponente edificação de dois blocos de dois andares (mais o térreo), segundo informações, seria da família do falecido Serjão. Um buraco na porta é por onde os invasores adentram e saem do prédio. No dia que a reportagem esteve no local (dia dois de abril) pode observar uma mulher saindo pela abertura da porta. Depois de alguns minutos, por essa mesma abertura, despontou um homem de meia idade aparentando embriagues. Mais tarde, um rapaz trajando short, camiseta e tênis, penetrou na edificação pela porta quebrada. Assim que a reportagem se aproximou para ver o interior da parte térrea do prédio, foi surpreendido por um forte odor de podre e pode observar um cenário de caos. Além de lixo e sujeira espalhado pelo chão, está tudo vandalizado e quebrado. Outro fato que chamou a atenção foram latidos incessantes de cachorros dentro da edificação, além de uma lâmpada que iluminava de forma tênue o grande espaço da parte térrea do prédio. Essa constatação vai de encontro com as informações dos moradores que afirmam que pessoas estariam morando no prédio. Eles dizem também que o movimento é 24 horas de pessoas saindo entrando na edificação abandonada e que até na madrugada os moradores escutam gritos na rua e no interior da construção. Inclusive, uma dona de casa, disse que os freqüentadores de uma casa abandonada que foi derrubada na Rua José Basílio Alvarenga migraram para o prédio da Rua dos Andradas. Segundo relatos, uma família que reside próximo ao prédio teve seu veículo incendiado supostamente pelos freqüentadores do prédio abandonado.  Alguns moradores afirmaram que a polícia, em algumas oportunidades, retirou os invasores de dentro da edificação, mas não resolve o problema, pois os desocupados acabam retornando. Eles pedem mais vez para a polícia e a justiça uma solução para o caso, pois quem reside próximo ao prédio não tem mais tranqüilidade. 


Casa na Rua José Basílio Alvarenga. Depois do incêndio onde morreu um
dos moradores, casa foi desocupada e passa por reformas
Prédio inacabado da Rua Monte Serrat virou
moradia de usuários de drogas

Local onde existia casa abandonada invadida por desocupados.
Casa foi demolida pelo proprietário e invasores migraram para o
prédio da Rua dos Andradas
Interior do prédio da Rua dos Andradas da família do falecido Sergio
Tanga. Muito lixo e depredação perpetrada pelo drogados


Antiga sede de um clube de futebol amador (Madrugada) na Rua
Almirante Tamandaré. Prédio vandalizado pelos invasores

Prédio invadido e vandalizado pelos "nóias"
  



terça-feira, 2 de abril de 2013

Mães reclamam que não podem trabalhar por falta de vagas de creche em Arujá

Em todas as campanhas eleitorais, Abel Larini prometeu construção de creches

Um dos problemas que mais afetam a vida das famílias de baixa renda em Arujá é a falta de creche. Segundo lideranças comunitárias de Arujá, só no Parque Rodrigo Barreto passaria de 300 as famílias que estão sem creches. Eles lembram que nas campanhas eleitorais, o atual prefeito promete construção de creches, mas no seu quarto mandato como prefeito, ele nunca resolveu o problema. As mães reclamam que sem ter onde deixar as crianças, elas não podem trabalhar fora. Outras mães que trabalham se arriscam e deixam seus filhos menores aos cuidados dos maiores, que em vez de brincar são obrigados a cuidar dos irmãozinhos menores.  Outras mães deixam as crianças com mulheres que cobram para cuidar dos pequenos, e outros simplesmente deixam com vizinhos.

A situação no município é tão crítica, que no Parque Rodrigo Barreto as creches clandestinas estão se proliferando, ou seja, uma dona de casa cobra para cuidar das crianças, uma sala da casa é adaptada para acomodar os pequenos. Como se vê, a situação é dramática e perigosa, pois, segundo especialistas sobre o texto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), crianças aos cuidados de outras crianças, ou aos cuidados de parentes e vizinhos correm maior risco maior de sofrerem acidentes, inclusive abusos sexuais. Rosemeire, 30 anos, moradora do Parque Rodrigo Barreto, disse que as informações nas creches todos os anos é a mesma coisa, ou seja, não há vagas. Carina disse: “Moro no Barreto, tenho duas crianças, uma de dois anos e nove meses e outra de seis meses. Quando a gente procura a creche, eles sempre dizem que é para esperar por uma vaga que nunca vem. Sem creche não tenho como trabalhar”.  Ana Paula, 22 anos, é outra mãe que aguarda vaga em uma creche. “Meu bebê fica com minha mãe, para que possa trabalhar”.

Várias mães disseram que não adianta a prefeitura disponibilizar creches de meio período. “Não adianta nada, como é que vou trabalhar das 8h00 às 17h00 se meu filho fica meio período na creche”. Outra mãe que não quis se identificar, disse que isso só acontece em Arujá. “As creches existem justamente para que as mães possam trabalhar, como é que a prefeitura oferece creche de meio período, é óbvio que tem que ser de período integral”. Um político da cidade, disse que isso é o reflexo do desinteresse dessa administração pelas questões sociais. “Veja o que acontece com saúde, a falta de creche, escolas deficientes”, etc.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Uma ex-conselheira do Conselho Tutelar de Arujá, disse o seguinte sobre a falta de creches no município. “O artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), diz que a criança e o adolescente têm o direito a educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício de sua cidadania. A criança e o adolescente também têm direito ao acesso à escola pública gratuita próxima de sua residência.

 O ECA também estabelece como dever do Estado, ou seja, da Prefeitura (Executivo Municipal) assegurar atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade, portanto, é importante que as coordenadoras de creches avaliem cada caso da necessidade de vagas individualmente levando em consideração o que é melhor para a criança que é detentora do direito.

Quando o Conselho Tutelar contesta e direciona esforços para conseguir vaga para uma criança, na realidade está fazendo seu devido papel que é zelar pelos direitos da criança e do adolescente. Em Arujá parece que o prefeito não está preocupado com as nossas crianças e o Conselho Tutelar, tudo leva a crer é inoperante. Lamentável em todos os sentidos”. Abaixo, fotos de algumas mães que residem no Parque Rodrigo Barreto e não conseguem vagas para matricular seus filhos.